Como controlar a ansiedade?
É comum pacientes me consultarem com essa pergunta. Enquanto médico, digo-lhes que atualmente existem muitas opções de medicamentos cujo propósito é justamente "controlar a ansiedade", alguns mais eficazes, outros menos. Todavia, é inevitável que o psicanalista que também habita em mim lhes proponha a seguinte ideia: será que a melhor maneira de "controlar" a ansiedade não seria exatamente controlá-la, mas sim compreendê-la?
Claro, especialmente em situações agudas, alguns recursos para "controlar" a ansiedade, por exemplo o uso de medicações ansiolíticas, técnicas cognitivo-comportamentais e alguns exercícios físicos, podem ser bastante válidos, mas eles não mudarão a relação da pessoa com seus sintomas ansiosos, apenas vão camuflá-los ou suprimi-los por algum tempo, ou mesmo deslocá-los. Se nossa intenção é uma abordagem mais profunda, faz-se necessário olhar com cuidado para tais sintomas, falar sobre as situações em que eles acontecem, entender as circunstâncias de vida que podem estar gerando ansiedade e também a história das relações humanas de cada paciente desde a infância. Estas relações, no fim das contas, determinam quem somos e como nos comportamos hoje.
Assim, buscando contextualizar a ansiedade, tratando-a através de um trabalho psíquico realizado aos poucos, como fazemos numa psicanálise, gradativamente os sintomas ansiosos vão se dissipando ou se dissolvendo. A medicação ansiolítica, que em casos selecionados pode ser útil durante breve período, tornar-se-á desnecessária e poderá ser aos poucos descontinuada, com supervisão médica.
Vale registrar que nem toda ansiedade é um transtorno ansioso. Em verdade, muitas vezes a ansiedade se configura um estado emocional absolutamente normal de nossa vida humana, a exemplo de quando vivenciamos situações de perigo iminente ou estamos sob estressores externos. Por outro lado, a ansiedade é patológica quando não tem uma causa aparente e está causando problemas, sejam estes na esfera familiar, profissional ou dos relacionamentos afetivos. Nestas condições, é importante o tratamento, pois outros problemas de saúde podem advir dessa condição, tendo em vista que quando estamos cronicamente ansiosos diversas descargas anormais do sistema nervoso acontecem sobre nosso corpo: músculos podem ficar tensos e contraídos, a pressão arterial pode aumentar e o coração acelerar, entre outras alterações possíveis de acontecer.
Mente e corpo, afinal, estão sempre conectados no ser humano vivo. Quando o estado ansioso é de curta duração e sua causa facilmente identificável, provavelmente não haverá grandes consequências sobre a saúde (ao contrário, pode-se preservá-la). No entanto, quando a ansiedade é duradoura e não tratada, este estado afetivo, que gera tantas descargas nervosas nocivas ao corpo, tem potencial até para resultar numa enfermidade mais severa, com alterações orgânicas.
Claro, especialmente em situações agudas, alguns recursos para "controlar" a ansiedade, por exemplo o uso de medicações ansiolíticas, técnicas cognitivo-comportamentais e alguns exercícios físicos, podem ser bastante válidos, mas eles não mudarão a relação da pessoa com seus sintomas ansiosos, apenas vão camuflá-los ou suprimi-los por algum tempo, ou mesmo deslocá-los. Se nossa intenção é uma abordagem mais profunda, faz-se necessário olhar com cuidado para tais sintomas, falar sobre as situações em que eles acontecem, entender as circunstâncias de vida que podem estar gerando ansiedade e também a história das relações humanas de cada paciente desde a infância. Estas relações, no fim das contas, determinam quem somos e como nos comportamos hoje.
Assim, buscando contextualizar a ansiedade, tratando-a através de um trabalho psíquico realizado aos poucos, como fazemos numa psicanálise, gradativamente os sintomas ansiosos vão se dissipando ou se dissolvendo. A medicação ansiolítica, que em casos selecionados pode ser útil durante breve período, tornar-se-á desnecessária e poderá ser aos poucos descontinuada, com supervisão médica.
Vale registrar que nem toda ansiedade é um transtorno ansioso. Em verdade, muitas vezes a ansiedade se configura um estado emocional absolutamente normal de nossa vida humana, a exemplo de quando vivenciamos situações de perigo iminente ou estamos sob estressores externos. Por outro lado, a ansiedade é patológica quando não tem uma causa aparente e está causando problemas, sejam estes na esfera familiar, profissional ou dos relacionamentos afetivos. Nestas condições, é importante o tratamento, pois outros problemas de saúde podem advir dessa condição, tendo em vista que quando estamos cronicamente ansiosos diversas descargas anormais do sistema nervoso acontecem sobre nosso corpo: músculos podem ficar tensos e contraídos, a pressão arterial pode aumentar e o coração acelerar, entre outras alterações possíveis de acontecer.
Mente e corpo, afinal, estão sempre conectados no ser humano vivo. Quando o estado ansioso é de curta duração e sua causa facilmente identificável, provavelmente não haverá grandes consequências sobre a saúde (ao contrário, pode-se preservá-la). No entanto, quando a ansiedade é duradoura e não tratada, este estado afetivo, que gera tantas descargas nervosas nocivas ao corpo, tem potencial até para resultar numa enfermidade mais severa, com alterações orgânicas.
Bruno Guimarães Tannus
psicanalista e médico especialista em Medicina de Família
CRM-PR 25429 / RQE 35797
---0---
Imagens utilizadas no post, na sequência em que aparecem:
https://share.google/images/MUqkxEutwMVC2bYku
https://share.google/images/hYIMy1yONZHnBIpF7
https://share.google/images/hYIMy1yONZHnBIpF7
[acessos em 02 out 25]
Comentários
Postar um comentário