O xadrez e a psicanálise
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"Os jogadores de xadrez", de Honoré Daumier |
Não faz muito tempo que minha filha e eu aprendemos juntos a jogar xadrez, mas ele já se tornou um dos nossos programas preferidos. E nestes dias tenho pensado sobre algumas analogias interessantes entre esse jogo e a psicanálise. Vejamos.
Tanto no xadrez quanto na análise há formas pré-definidas para começarmos, respectivamente, o jogo e a sessão, no entanto em ambos os casos não podemos antever como será o final. As peças no tabuleiro de xadrez têm posições iniciais fixas, reconhecidas por qualquer jogador, no mundo todo. Uma sessão de psicanálise, independente da corrente psicanalítica com a qual se trabalhe, também tem um início comum, que é quando o analista solicita ao paciente que este fale, sem censuras, sobre aquilo que lhe vier de modo espontâneo à mente.
O transcorrer de uma partida de xadrez dependerá dos movimentos escolhidos pelos jogadores a cada jogada, com incontáveis possibilidades, que aumentam com o avançar das peças nos espaços criados no tabuleiro. E, salvo raras exceções, o movimento de cada jogador terá que levar em conta o que o outro fez na jogada anterior e o que poderá fazer na seguinte.
Numa sessão de psicanálise não é muito diferente, pois em cada palavra ou frase ditas pelo paciente, nas infinitas combinações possíveis num discurso livre, o analista deverá escutar as formações do inconsciente e sublinhar significantes. E, a partir das intervenções do psicanalista, a pessoa que está em análise dará novos rumos à sua própria fala, a depender de como cada intervenção lhe afetar.
Assim, seja no jogo de xadrez ou na vida que se faz verbo durante uma psicanálise, nossos percursos e finais dependerão do quão genuínos e criativos conseguirmos ser.
O transcorrer de uma partida de xadrez dependerá dos movimentos escolhidos pelos jogadores a cada jogada, com incontáveis possibilidades, que aumentam com o avançar das peças nos espaços criados no tabuleiro. E, salvo raras exceções, o movimento de cada jogador terá que levar em conta o que o outro fez na jogada anterior e o que poderá fazer na seguinte.
Numa sessão de psicanálise não é muito diferente, pois em cada palavra ou frase ditas pelo paciente, nas infinitas combinações possíveis num discurso livre, o analista deverá escutar as formações do inconsciente e sublinhar significantes. E, a partir das intervenções do psicanalista, a pessoa que está em análise dará novos rumos à sua própria fala, a depender de como cada intervenção lhe afetar.
Assim, seja no jogo de xadrez ou na vida que se faz verbo durante uma psicanálise, nossos percursos e finais dependerão do quão genuínos e criativos conseguirmos ser.
Bruno Guimarães Tannus
psicanalista e médico especialista em Medicina de Família
CRM-PR 25429 / RQE 35797
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