A bela morte
Algo. Alguma coisa. Something . Era o que estava escrito na camiseta com que presenteei meu avô na última noite de Natal. Ele a vestia quando deu seu derradeiro suspiro neste mundo, no final da tarde de 25 de dezembro. Algo grande significava esse homem, não apenas para mim, mas para toda família e amigos. Alguma coisa quase indizível ele possuía como virtude, uma virtude que não tenho. Era um homem que sabia agregar pessoas à sua volta. E que se regozijava com isso. Vô Amilson gostava de estudar inglês, no entanto nunca quis viajar para um país em que pudesse ouvir e falar esse idioma. Talvez porque seu desejo de viajar somente fazia sentido para si quando ele podia levar junto quem amava. Era muita gente. Suas casas de descanso, seja na fazenda ou na praia, viviam cheias. Cheias de amor, de vidas, de vida. Foi avô, foi pai, foi tio, esposo a seu modo. Recentemente também bisavô. Foi médico e professor. Até empregador, e nesta condição admirado pelos funcionários por sua generos...